Sinônimo de amizade e companheirismo, os cães são parte importante da nossa vida. Porém, você já se perguntou qual foi o caminho traçado para chegarmos até aqui? Conheça a seguir a história das raças!
Contexto histórico
Humanos e cães se desenvolvem e evoluem juntos há, pelo menos, 15 mil anos, data que marca o surgimento de uma nova espécie, a Canis lupus familiaris, derivada da domesticação de lobos cinzentos (Canis lupus).
Quando os primeiros lobos começaram a se aproximar das pessoas, a relação entre homem e animal não era estreita como a conhecemos hoje. Na verdade, era uma relação de troca: os lobos estavam atrás de alimento, enquanto nossos ancestrais buscavam proteção.
Acredita-se que, com o tempo, os filhotes que nasciam do cruzamento desses lobos foram deixando de caçar por conta própria, tornando-se dependentes dos homens. E foi esse processo que deu origem ao cão familiar.
Conforme foram se espalhando pelos continentes junto com os povos nômades, as raças de cachorro também passaram a ganhar características únicas, adequadas a cada região, como porte, volume de pelo e tamanho dos olhos.
Seleção artificial
Com a chegada da pecuária e sedentarização, foi necessário que humanos e animais passassem de caçadores a pastores.
É sob esse contexto que teriam surgido os primeiros cruzamentos feitos com intervenção humana. O objetivo era reforçar e reproduzir características desejadas, tais como força, disciplina e pouca agressividade. Das raças de pequeno porte às maiores, todas elas passaram por algum processo de reprodução do tipo.
Com funções e rotinas diárias de trabalho no pastoreio, na guarda ou em puxar trenós, até o século XIX os cães não eram pets acarinhados por nós. Isso somente mudou com a grande quantidade de migrações do campo para a cidade, permitindo que os cães deixassem de ser um instrumento de trabalho e se tornassem fonte de companhia.
Catalogação
Desde 1873, falar em raça de cachorro está diretamente ligado ao registro dela junto ao Kennel Club. De origem inglesa, a instituição foi a primeira a reconhecer e catalogar as raças existentes, separando-as em grupos de acordo com sua “função”. Entre eles os pastores, os rastreadores e os cães de companhia. Sem esse registro, o cachorro não tem pedigree e é considerado sem raça definida (SRD).
As informações agrupadas pelo Kennel Club e pelas confederações de cinofilia são excelentes para quem tem dúvidas de como saber a raça do cachorro. Os arquivos contam com registros históricos e mais dados detalhados sobre cada espécie.
Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC)
A Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC) é a entidade mater da cinofilia nacional. Foi criada como sucessora dos convênios nacionais e internacionais do Brasil Kennel Clube, e tem sede no Rio de Janeiro. É a única instituição brasileira federada à Fédération Cynologique Internationale (FCI), maior comunidade canina do Globo. A CBKC também possui convênios com os Clubes AKC (EUA), CKC (Canadá), The Kennel Club (Inglaterra) e ANKC (Austrália).
Existe alguma raça que seja mais fácil pra treinar e que dê menos trabalho para educar?
É sabido que existem raças mais fáceis e outras mais difíceis de serem treinadas, porém, dizer que uma raça não dá para ser treinada por ser “muito teimosa” não é verdade.
Cada raça tem um padrão conforme sua função dentro de uma categoria descrita pela Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC). Porém, tal padrão não determina como será o indivíduo que será treinado, afinal todos somos reflexo não apenas da nossa genética, mas também das experiências vivenciadas até o presente momento.
Para a escolha de um novo amigo, se quiser mesmo um cão com pedigree, indico uma pesquisa vasta para conhecer o máximo possível a respeito da raça escolhida, ver se o perfil desta se encaixa ao seu estilo atual de vida e para entender quais alterações foram feitas ao longo do tempo, já que estas podem simbolizar uma diminuição na qualidade de vida do pet.
Feita a escolha e o pet chegando em nossa casa, que os jogos… quer dizer, que os treinos comecem!
Quanto mais você conhecer sobre a raça que será treinada, melhor será a forma de proporcionar seu aprendizado, pois a forma de estímulo será melhor direcionada.
Mas e se for um cãozinho sem raça definida, o famoso vira-lata? Um filhote sempre é mais fácil de treinar que um adulto, afinal ele ainda não tem “manias” e basta entender o que o motiva para que a educação do seu pet seja bem-sucedida!
Conheça mais sobre as funções que os diversos tipos de raça desempenham e em qual contexto foram criadas!
Uma das evidências mais antigas de cães domesticados desempenhando um papel na sociedade data de 9 mil anos atrás. Os cães eram usados tanto como meio de transporte, puxando trenós de neve, quanto como ajudantes na caça.
Como características essenciais para esse tipo de trabalho, as raças mais comuns possuem pelagem grossa, muita força, espírito de cooperação, patas largas – que funcionam como pás na neve –, e devem ter a capacidade de alternar a velocidade com facilidade.
Ao longo da história, cães de trenó foram desenvolvidos por povos localizados na região do Círculo Polar Ártico, como os esquimós do Alasca ou da Groenlândia.
As raças mais conhecidas são: Husky Siberiano, Malamute do Alasca e Cão da Groenlândia.
Foram desenvolvidos conforme a civilização humana evoluiu na pecuária. São divididos em dois tipos: os cães pastores, que ajudam a guiar o rebanho e tiveram suas características predatórias atenuadas para que sigam as presas (bois ou ovelhas, no caso) sem lhes causar dano; e os cães de proteção, que servem como guardas contra predadores.
Cães dessa raça devem ser confiáveis, ágeis, inteligentes e atentos. Ao longo da história, foram criados em praticamente todas as regiões do mundo.
As raças mais conhecidas são: Komodor, Mastim Espanhol, Rottweiler, Border Collie e Pastor Belga.
A caça é a atividade que mais utiliza as diversas habilidades dos cães: agilidade, inteligência, atenção, obediência, adestramento, latido alto e olfato apurado. Primeiro, surgiram para ajudar os humanos como uma força de combate extra na luta pela sobrevivência em busca de proteína animal. Conforme a caça deixou de ser uma necessidade e passou a ser mais um esporte, esses cães foram sendo treinados para desempenhar outros papéis, como farejar trilhas, apontar presas, espantar pássaros, capturar os abates em todos os tipos de terreno, entre outros.
Seus tamanhos variam de acordo com o terreno da caça e a presa a ser perseguida.
As raças mais conhecidas são: Cocker Spaniel Americano, Labrador, Golden Retriever, Setter Inglês, Pointer Inglês e Poodle.
Desde os pequenos pinschers, com seus latidos estridentes, até o grande e feroz fila brasileiro, diversas raças desempenham a função de guarda. Registros demonstram que desde a antiguidade os cães já desempenhavam essa função: os romanos, por exemplo, colocavam mosaicos na entrada das casas sinalizando aos intrusos a presença de cães de guarda. Embora alguns exemplares de cães pastorais ou de caça sejam usados com o mesmo fim, algumas raças foram desenvolvidas especificamente para esse serviço, como o dobermann ou o dogue brasileiro.
As raças mais conhecidas são: Doberman, Fila Brasileiro, Akita, Boxer, Pinscher, Chow Chow, Bull Terrier e Cane Corso.
Pequenos, inofensivos e obedientes (embora alguns sejam bravos e temperamentais), os cães de estimação existiram em todas as culturas e períodos da história: o pequinês na China Imperial, os pugs, popularizados na Era Vitoriana na Grã-Bretanha, e os poodle toy, muito populares atualmente. As características genéticas foram desenvolvidas para apresentarem olhos grandes, pelos finos e compridos, tamanho reduzido e para serem facilmente adestrados.
As raças mais comuns são: Shi-tzu, Pug, Poodle, Lulu da Pomerânia, Fox Terrier, Maltês, Beagle e Chihuahua.